Daniel Matos – Gaúcho, gremista, migrante regional interesado en la fauna política latinoamericana y tercermundista. Cinéfilo, lector voraz, principiante buceador de leyes. “Trabalhista” y peronista por conciencia y procedencia popular.
Porque quando pensamos na luta pela educação, lembramos do sonho de Darcy Ribeiro com os CIEPS, a Lei de Diretrizes e Bases e a UNB, mas também do legado pioneiro e monumental de Anísio Teixeira, e do Movimento Popular de Alfabetização de Roberto Silveira no RJ, ainda pouco conhecido.
Porque ao defender a luta agrária, hoje capitaneada pelo MST, lembramos das iniciativas do Brizola com o MASTER no governo do Rio Grande do Sul e do projeto das Reformas de Base de João Goulart no Comício da Central do Brasil, mas também das Ligas Camponesas do pernambucano Francisco Julião e de Cibilis Viana um dos ideólogos da Reforma Agrária entre os Trabalhistas.
Porque ao apoiar a luta antirracista, lembramos do legado de Carlos Alberto Caó, Lélia González, Abdias do Nascimento, Edialeda Salgado, e tantos outros que abriram caminhos para os quadros do movimento negro, que elegeram o governador do povo, Alceu de Deus Collares, o primeiro governador negro do Brasil e ainda Albuino Cunha de Azeredo pelo Espírito Santo.
Porque quando pensamos na questão da segurança pública, lembramos de Nazareth Cerqueira, Nilo Batista e do deputado Paulo Ramos, de vasta atuação na área.
E quando pensamos na luta indígena, lembramos da criação do Parque do Xingú, lembramos do Cacique Juruna, e seu exemplo, e do resgate e valorização da obra do Marechal Cândido Rondon.
Quando pensamos na luta das mulheres, lembramos do voto feminino, obra do Trabalhismo, mas também lembramos de Therezinha Zerbini, Mila Cauduro, Lícia Peres, Miguelina Vecchio, e a coragem inabalável delas frente a ditadura, e que nos servem de inspiração.
Quando pensamos na luta pelo meio ambiente, lembramos do primeiro Código Florestal, obra da Revolução de 30. Lembramos também dos pioneiros do nosso atual movimento EcoTrabalhista, Alfredo Sirkis e Carlos Minc, mas também do constituinte Nelton Friedrich, e sua defesa intransigente dessa pauta inadiável.
Quando pensamos na luta contra a fome, lembramos de Betinho e sua majestuosa campanha pelo Brasil, mas também lembramos de Josué de Castro e sua influência mundial inegável.
Quando a assunto é saúde lembramos do pioneirismo na criação do Ministério da Saúde, obra do Trabalhismo, lembramos de Wilson Fadul, ministro de saúde de Jango, do “gigante do Maranhão”, médico e governador Jackson Lago, também da luta de Sergio Arouca na criação do SUS.
No apoio incondicional a cultura e identidade do povo brasileiro, lembramos de Gustavo Capanema e seu Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) para a preservação e do Instituto Nacional do Livro para sua promoção; assim como a criação da Comissão do Teatro Nacional, e da afirmação do nosso folclore e samba pro país inteiro.
E se pensamos em trabalho e desenvolvimento, temos na memória um nome e sobrenome: Getúlio Vargas. Que com Lindolfo Collor revolucionou o Brasil com o Ministério do Trabalho (também chamado de “Ministério da Revolução”). Vargas que a partir dos ensinamentos dos positivistas, como Julio de Castilhos, preconizou e exerceu, a hegemonia do trabalho sobre o capital. Lembramos dos Direitos Trabalhistas e a CLT, do BNDES, e lembramos de Floriceno Paixão e o projeto do 13° Salário. E sejamos memoriosos dos ministros trabalhistas que honraram a pasta:
Salgado Filho, Segadas Viana, João Goulart, Manoel Dias, Carlos Brizola e Carlos Lupi.
Lembramos dos espartanos da Legalidade, Teixeira Lott e sua “novembrada” em 1955, Leonel Brizola na sua heróica campanha em 1961, com Matheus Schmidt na linha de frente. Horta Barbosa na luta pelo monopolio estatal para nosso petroleo; Alberto Pasqualini relator do projeto de criação da Petrobrás. Da exuberantes figuras de Doutel de Andrade e Sérgio Magalhães na Frente Parlamentar Nacionalista sempre na defesa da soberania nacional. De Bautista Vidal e a ciência e tecnologia ao serviço da soberania brasileira. De Prestes e sua marcha da esperança e dignidade.
E não poderiamos deixar de pensar em Guerreiro Ramos e o ISEB, a fábrica de patriotas, defensores integrais do pensamento brasileiro, e nessa lista entrariam Moniz Bandeira, Neiva Moreira, Theothonio dos Santos, Vânia Bambirra, intelectuais com os dois pés e o coração no Brasil profundo.
E poderiamos seguir lembrando que em cada área tivemos um(a) patriota Trabalhista ao pé do canhão, como um verdadeiro guarda-fogo da nacionalidade, com vocação de luta na defesa do povo brasileiro, como sinal de amor incondicional a nosso futuro como Nação Soberana com Justiça Social.
SOMOS #Trabalhistas – Movimento e identidade.