“O Trabalhismo é a manifestação nacional brasileira para a realização da Nação soberana, com justiça social.”
A justiça social é um imperativo ético, uma construção moral e política baseada no desenvolvimento social, na distribuição das riquezas, na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva.
Já dizia Getúlio Vargas, “a finalidade do Estado é promover a justiça social. Mas não há justiça social sem desenvolvimento e não há desenvolvimento sem soberania.”
Hoje é um dia importante para essa reflexão: passaremos nossa geração, essa etapa da história, como a “era dos zero direitos”?
Aceitaremos resignados (alô Darcy Ribeiro, será que os Trabalhistas estão resignados?) a não combater às desigualdades crescentes em nossas sociedades?
A busca por sociedades mais justas é uma preocupação presente nas comunidades humanas desde a antiguidade, por exemplo, com a proposta platônica de entender a justiça como igualdade até a modernidade, com a de John Rawls que em seu livro ‘Uma ideia de justiça’ defende o entendimento da justiça como equidade.
Mas o que é ser justo? Não parece haver dúvida de que a resposta é uma resposta moral, uma resposta que exige ser moralmente fundamentada.
Considerando que a igualdade absoluta parece hoje uma hipótese restrita às melhores utopias políticas ou aos sonhos religiosos mais honestos, o que se busca é uma sociedade mais justa, mais próxima de uma ideia de bem comum. Inclusive em outros tempos, o próprio liberalismo (filosófico pelo menos) endossava uma proposta de justiça que estava voltada a buscar assegurar o maior bem para o maior número de pessoas.
Mas e o Trabalhismo hoje, ainda fala de Justiça Social? E atua em consequência?
Como fundamentar moralmente e atuar em conseqüência sem requerer que se removam as principais fontes de desigualdades: a acumulação de riqueza e a tirania.
O Trabalhismo sempre defendeu o desenvolvimento com distribuição da riqueza onde predomine a hegemonia do trabalho sobre o capital como ordenador social.
E das duas principais fontes de desigualdades citadas acima se desprendem a carência de oportunidades econômicas de vastos setores, os lucros exorbitantes de bancos e corporações multinacionais, mas também, a negligência dos serviços públicos e a tolerância excessiva aos Estados repressivos.
Foi na Carta Testamento, mas também em ações em vida, que o Trabalhismo de Getúlio Vargas denunciou e enfrentou o imperialismo que impedia o desenvolvimento e a soberania brasileira. Foi com João Goulart que o Trabalhismo brigou pela Reforma Agrária e a Lei da Remessa de Lucros das multinacionais. Foi com Leonel Brizola que o Trabalhismo encampou multinacionais e armando a população defendeu a Legalidade, a soberania brasileira. Foi com o Trabalhismo de Darcy e Brizola que se desenhou o mais audacioso projeto de educação integral do Brasil, os cieps. Foi com o Trabalhismo de Caó que o racismo foi tipificado como crime. Foi com o Trabalhismo que surgiu o primeiro Código Ambiental, já na Revolução de 30. A Justiça Social foi corajosamente posta em prática com a CLT, a Previdência Social.
Será o Trabalhismo dessa etapa omisso ou coadjuvante da “era dos zero direitos”?
Quem criou a Petrobras, a CSN, Eletrobras, Fábrica Nacional de Motores, Vale do Rio Doce, BNDES como base de desenvolvimento e soberania para alicerçar a Justiça Social não pode se furtar a sua história. O Trabalhismo deve reerguer seu Projeto Nacional emancipatório, de Libertação Nacional, estamos ética e moralmente fundamentados e ancorados na nossa história, coragem e capacidade de fazer. O povo brasileiro só espera o chamado para voltar a escrever outro capítulo na sua luta pela ansiada Justiça Social