A escola que queremos

Futuro

Djanira Felipe

(Publicado na edição #001, junho de 2023, p. 22)

É de conhecimento geral que é por meio da educação que ocorre o início do processo de formação dos cidadãos e cidadãs e, por conseguinte, o conhecimento de suas responsabilidades perante a sociedade. Portanto, a educação deve ser considerada como a base forte de uma estrutura que representa o indivíduo como um todo.

Para o biólogo Humberto Maturana, educar e aprender são fenômenos biológicos fundamentais que envolvem todas as dimensões do ser humano, em total integração do corpo e do espírito, e do ser com o fazer. E quando isso não ocorre se produz alienação e perda do sentido social e individual no viver.

Este texto é um convite à reflexão sobre o que esperar de mudanças na educação e no trabalho em um ambiente desequilibrado, pós-pandêmico, e para, além disso, com os recentes e violentos ataques às escolas. É difícil falar de mudanças na educação ignorando tais acontecimentos que impactam os alunos, os professores, os funcionários, as famílias e a sociedade como um todo. É urgente a recuperação dos princípios e valores que foram substituídos por atitudes e discursos de ódio.

Assim sendo, é fundamental pensar na escola que queremos e na escola que teremos em um futuro de mundos virtuais comandados por algoritmos cada vez mais complexos. As tecnologias digitais possibilitam o surgimento do trabalho remoto e dos trabalhos por meio de plataformas online. Contudo, existe a necessidade urgente de se romper com o paradigma tradicional, porque somente a partir de um novo paradigma educacional, que estimule a inteligência, o desenvolvimento do pensamento da consciência e do espírito, as novas gerações serão capazes de se entender como sujeitos de suas próprias histórias.

Por fim, caberá à educação desenvolver os talentos por meio de metodologias e estratégias que possibilitem o autoconhecimento, para que cada indivíduo seja capaz de comandar o seu próprio destino com habilidade e consciência, frente ao ambiente que apresenta retrocesso na educação, desigualdade social, violência e, ao mesmo tempo, avanço tecnológico. É importante ressaltar a importância da aprendizagem ao longo da vida para garantir a adaptabilidade e a resiliência necessárias para navegar no futuro mundo do trabalho, cada vez mais competitivo.

Djanira Felipe é secretária de Articulação Política da Ação da Mulher Trabalhista-RJ. É diretora de Aposentados e Previdência da Associação dos Profissionais dos Correios — ADCAP, escritora e poeta, com dois livros publicados: “No barulho do meu silêncio interior” e “Viajante do Universo”.

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